Em seguida chegaram as vacinas, e a melhora dos indicadores epidemiológicos do covid levou ao retorno gradual de todos à rotina de trabalho, consultório, cirurgias, cursos e congressos. Em paralelo a isso tivemos a aprovação da endoscopia na ANS –Agência Nacional de Saúde – como procedimento de cobertura obrigatória pelos planos de saúde, o que acabou gerando um boom no mercado, tanto nas indicações quanto na procura por workshops para treinamento.

A partir deste momento cabem algumas reflexões. Ao mesmo tempo que a cirurgia endoscópica tem o poder de despertar fascínio em colegas de diversas especialidades – desde jovens residentes até cirurgiões veteranos – sua execução inapropriada pode resultar em desfechos frustrantes e até em graves complicações com repercussões permanentes para o paciente. Temos uma longa curva de aprendizado, dependemos de equipamentos caros e de difícil manutenção, e ainda sofremos com a resistência de algumas operadoras que negam ou dificultam a autorização da cirurgia.

Ao mesmo tempo temos observado uma evolução muito interessante da técnica, com a ampliação do leque de indicações para situações que antes acreditávamos que somente poderiam ser resolvidas por meio de acessos abertos convencionais.

Este cenário complexo finalmente levou à criação desta sociedade, com o objetivo fundamental de democratizar a endoscopia de coluna – antes monopolizada por pequenos grupos em todo o mundo. Temos grandes desafios pela frente, mas conseguimos unir nesta primeira gestão nomes de peso, motivados para contribuir com a evolução do conhecimento, dispostos a aprender e ensinar, e acima de tudo ávidos pelo crescimento desta especialidade, e para que a aquisição do savoir faire se torne uma experiência prazerosa para todos. Sejam bem vindos!